Parte 4
O Dízimo
No Novo Testamento
Além das citações que aparecem na carta aos Hebreus, já transcritas na Parte 3, o Novo Testamento contém, apenas, outras duas referencias ao dízimo.
Parece pouco, mas não é; a primeira, revela um dos muitos enfrentamentos que Jesus Cristo teve com os fariseus; e a segunda, é a contundente parábola do fariseu e o publicano.
Mateus, 23:23
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”.
Eu já ouvi, e acho que outras pessoas também já ouviram, o seguinte slogan: “Dízimo, um ato de fé”; ou, ainda, “uma demonstração de fé”.
É interessante ver que Jesus Cristo ensinava justamente o contrário, porque ele exclama “ai de vós, escribas e fariseus hipócritas”, referindo-se a pessoas que eram dizimistas fieis, e extremamente zelosas no que se referia à lei; mas Jesus mostra que, mesmo sendo dizimistas fieis, faltava-lhes o principal: juízo, misericórdia e fé.
Como acontece nos dias de hoje, os fariseus, ao dar o dízimo daquelas ervas, consideravam que estavam cumprindo plenamente a lei, e com isso, sendo agradáveis a Deus.
Acontece a mesma coisa nos dias de hoje; as pessoas dão o dízimo, porque têm fé: Ou fé em si mesmas ou fé no seu próprio ato, já que esperam que Deus se agrade daquele dinheiro e retribua com bens materiais ou mais dinheiro.
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Lucas, 18:9-14
“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”.
É interessante notar que as pessoas a quem Jesus contou a parábola, confiavam em si mesmas, acreditavam que eram justas e desprezavam os outros.
Você conhece alguém assim, na sua igreja?
Uma triste certeza, porém, emerge do texto: Jesus Cristo jamais seria aceito como membro de uma igreja evangélica, nos dias de hoje; afinal, ele justificou o que se confessava pecador, e não justificou o dizimista fiel, que jejuava constantemente.
E, também fica muito, muito mais fácil, entender o profeta Amós:
“Vinde a Betel e transgredi; a Gilgal, e multiplicai as transgressões; e, cada manhã, trazei os vossos sacrifícios e, de três em três dias, os vossos dízimos.
E oferecei sacrifício de louvores do que é levedado, e apregoai sacrifícios voluntários, e publicai-os; porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o Senhor JEOVÁ”(Amós, 4:4-5).
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