Dízimo em Dinheiro?

As igrejas dizem que sim.

A Bíblia diz que não.


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Parte 2


Parte 2
O Dinheiro

No Novo Testamento

     A apresentação desta Parte 2, segue os mesmos moldes da parte 1; ou seja, as referencias separadas por livro, começando pelo Evangelho de Mateus.

     Mateus
     Mateus era um cobrador de impostos a serviço do governo romano, estabelecido em Cafarnaum; estava assentado em frente à coletoria quando Jesus passou e chamou-o para segui-lo como discípulo, e ele levantou-se e o seguiu.

     As primeiras referencias a dinheiro, no Novo Testamento, estão no capítulo 20 de Mateus, na Parábola dos Trabalhadores na Vinha, transcrita a seguir:

     Mateus, 20:1-16
     “Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.
     E ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha.
     E saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos, na praça.
     E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.
     Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.
     E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e Perguntou-lhes: Porque estais ociosos todo o dia?
     Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo..
     E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros até os primeiros.
     E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima , receberam um dinheiro cada um;
     Vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um dinheiro cada um,
     E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família,
     Dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia.
     Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo por um dinheiro?
     Toma o que é teu e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto quanto a ti.
     Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?
     Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.



*

      
      No livro de Mateus temos ainda a questão do tributo, que se repete em Marcos, 12:13-17 e Lucas, 20:20-26.

     Mateus, 22:15-21
     “Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam nalguma palavra;
     E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus,  segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens.
     Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não? Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Porque me experimentais, hipócritas?
     Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.
     E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?
     Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes diz: Daí, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
     Jesus diz aqui, que o que é de César, obrigatoriamente tem que estar separado do que é de Deus; e o que era de César, no caso, era o dinheiro.

***
    
     Mateus, 25:24-30
     Neste capítulo, Jesus conta a parábola dos 10 talentos, e compara o reino de Deus a um homem, que antes de viajar, chamou três dos seus servos, e a um entregou 5 talentos, ao segundo entregou 2 talentos e ao terceiro 1 talento para que administrassem aquele dinheiro pelo tempo que ele estivesse fora.
     Ao retornar, muito tempo depois, o senhor daqueles servos constatou que o primeiro, com quem deixara 5 talentos, havia negociado com eles e ganhado mais 5; da mesma forma, o segundo, com quem deixara 2 talentos, havia ganhado mais 2; o terceiro, porém havia agido de forma totalmente diferente, conforme reproduzido abaixo:
     “Mas, chegando também o que recebera 1 talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
     E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
     Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo, sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei;
     Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e quando eu viesse receberia o meu com os juros.
     Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
     Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundancia; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.
     Lançai, pois, o servo inútil, nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes”.



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     Mateus, 28:11-15
     Ainda em Mateus,  a bíblia nos fala da versão mentirosa, dos judeus, para o desaparecimento do corpo de Jesus, que havia ressuscitado:
     “E, quando iam, eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos príncipes dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido.
     E, congregados eles com os anciãos, e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados, dizendo:
     Dizei: Vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram.
     E, se isto chegar a ser ouvido pelo governador, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança.
     E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado este dito entre os judeus, até ao dia de hoje”.

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     Marcos
     Chamava-se João Marcos, e o nome de sua mãe, que parecia ter muitos recursos, era Maria, que possuía casa em Jerusalém, onde se reuniam os cristãos (Dicionário da Bíblia, de John D. Davis).

     Marcos, 6:7-9
     Aqui, encontramos uma passagem bíblica maravilhosa, que vem a ser a síntese de como deve ser a vida do crente, em qualquer tempo e em qualquer lugar:
     “Chamou a si os doze, e começou a enviá-los dois a dois, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos;
     E ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão somente um bordão; nem alforje, nem pão, nem dinheiro, no cinto;
     Mas que calçassem alparcas, e que não vestissem duas túnicas”.

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     Marcos, 12:41-44
     “E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito.
     Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam cinco réis.
     E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
     Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento”.
     Veja que Jesus considerou a oferta daquela viúva, a mais importante; pois ao dar tudo o que tinha, num ato de fé incondicional, ela colocou-se inteiramente nas mãos de Deus.

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     Lucas
     Lucas era médico, e é o autor do terceiro Evangelho, e provavelmente dos Atos dos Apóstolos.

     Lucas, 22:1-5, descreve o pacto da traição:
     “Estava pois perto a festa dos asmos, chamada a páscoa.
     E os principais dos sacerdotes, e os escribas, andavam procurando como o matariam; porque temiam o povo.
     Entrou, porém, satanás em Judas, que tinha por nome Iscariotes, o qual era do número dos doze;
     E foi, e falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, de como lho entregaria;
     Os quais se alegraram, e convieram em lhe dar dinheiro.
     E ele concordou; e buscava oportunidade de lho entregar sem alvoroço.
     De novo, ele, o dinheiro.



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     João, 2:13-16
     Era filho de Salomé, irmã de Maria, mãe de Jesus.
     Era dotado de profundo conhecimento espiritual e possuía características afetivas que o tornaram o discípulo que Jesus particularmente amava.
     O texto transcrito abaixo nos mostra Jesus purificando o templo:
     “E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
     E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombas e os cambiadores assentados.
     E, tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas;
     E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai, casa de venda”.
     Igreja não tem que ter loja, cantina, ou qualquer outro tipo de comércio. Se tiver, não é a Casa de Deus.

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      João, 2:1-6
     “Foi, pois, Jesus seis dias antes da páscoa a Betânia, onde estava Lázaro o que falecera, e a quem ressuscitara dos mortos.
     Fizeram-lhe pois ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
     Então Maria, tomando uma libra de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do ungüento.
     Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão,  o  que havia de traí-lo, disse:
     Porque não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros, e não se deu aos pobres?
     Ora, ele disse isso não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava”.
     Este acontecimento é fascinante e extraordinário, pela maravilhosa lição que nos traz, a respeito do valor que cada um atribui ao dinheiro, conforme o seu coração.
     Maria, movida pelo imenso amor que sentia por Jesus, não deu a menor importância ao valor do ungüento com o qual ungiria os pés do seu Salvador.
     Já Judas Iscariotes, movido pela ganância, foi o único que se rebelou contra o que ele considerou um desperdício; um ungüento caríssimo sendo usado para ungir os pés de alguém, mesmo que esse alguém fosse Jesus Cristo.
     O evangelista João, porém, não deixa por menos: “Era ladrão”.

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     Atos dos Apóstolos
     O objetivo deste livro é mostrar como o Evangelho foi levado aos gentios, pela operação do Espírito Santo; a princípio foi Pedro e depois Paulo, que iniciaram o estabelecimento do Evangelho nos países gentílicos, e a eles se juntaram os demais apóstolos (Dicionário da Bíblia, de John D. Davis).

      Atos, 8:9-11, fala sobre um personagem chamado Simão, que tinha a mágica e o ilusionismo como profissão:
     “E estava ali um certo homem chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; ao qual todos atendiam, desde o mais pequeno até o maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus.
     E atendiam-no a ele, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas”.

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     O povo, no entanto, crendo na pregação de Felipe, se convertia e se batizava; e até o próprio Simão creu, e foi batizado; os apóstolos, então, enviaram Pedro e João a Samaria. Eles impuseram as mãos aos que haviam crido e se convertido e eles receberam o Espírito Santo. A partir do versículo 17, está escrito:

     Atos, 8:17-22
     “Então, lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo.
     E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo.
     Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.
     Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus.
     Arrepende-te, pois, desta tua iniqüidade e ora a Deus, para que, porventura, te seja perdoado o pensamento do teu coração”.
     Simão imaginou que poderia comprar um dom de Deus; hoje em dia não há só quem queira comprar, há quem venda também.

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     Atos, 22:25-28
     “E, quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado?
     E, ouvindo isto, o centurião foi e anunciou ao tribuno dizendo: Vê o que vais fazer, porque este homem é romano.
     E, vindo o tribuno, disse-lhe: Diz-me, és tu romano? E ele disse: Sim.
     E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de dinheiro alcancei este título de cidadão. Paulo disse: Mas eu sou-o de nascimento".

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     Atos, 24:24-26
     “Alguns dias depois, vindo Felix com sua mulher Drusila, que era judia, mandou chamar a Paulo e ouviu-o acerca da fé em Cristo.
     E, tratando ele de justiça, e da temperança, e do juízo vindouro, Felix, espavorido, respondeu: Por agora, vai-te, e em tendo oportunidade, te chamarei;
     Esperando, ao mesmo tempo, que Paulo lhe desse dinheiro, para que o soltasse; pelo que também, muitas vezes, o mandava chamar e falava com ele”.


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     Timóteo
     Timóteo foi convertido por Paulo, e tornou-se seu companheiro de trabalho. A saudação de Paulo a Timóteo, demonstra todo o amor fraternal que havia entre os dois.
     As exortações que Paulo dirigia a Timóteo não se aplicavam apenas à ele ou aos demais membros da igreja de Éfeso; mas a todos nós, hoje e para sempre.

      I Timóteo, 6:3-11 é reproduzido abaixo:
     “Se alguém ensina alguma outra doutrina e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais.
     Mas é grande ganho a piedade com contentamento.
     Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.
     Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
     Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laços, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e na ruína.
     Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
    
     Se parássemos este trabalho agora, tudo já estaria devidamente explicado, não restaria mais nenhuma dúvida, principalmente depois deste maravilhoso texto, da primeira carta de Paulo a Timóteo.
     Quando lemos este texto, é que compreendemos o quanto estamos distanciados da verdade bíblica; como alguém pode acreditar na doutrina da prosperidade, após ler esta mensagem de Paulo a Timóteo?
     Porque pastores e líderes de igreja insistem em querer nos convencer de que Deus quer que todos sejamos ricos, se o seu próprio filho não tinha onde reclinar a cabeça?   

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     Apocalipse
     Apocalipse significa “coisa encoberta”. Palavra derivada do grego “apokalypsis”. No latim é “revelatio”, que significa revelar, expor à vista, e metaforicamente, descobrir uma verdade que se achava oculta (Dicionário da Bíblia, de John D. Davis).
O livro do Apocalipse é a revelação de Jesus Cristo ao apóstolo João, sobre o que iria acontecer nos tempos vindouros, até a sua volta triunfal.
     Em Apocalipse, 6:5-6, quando a bíblia nos fala sobre a abertura dos sete selos, encontramos a última referencia bíblica ao dinheiro, conforme transcrito abaixo:
     “E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi o terceiro animal, dizendo: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo preto; e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão.
     E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro; e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho”.


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